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Escrito por:
Focusnetworks
23 de out. de 2025
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O setor de bem-estar vive uma era de ouro. Mas para muitas marcas, o brilho é ofuscado por uma frustração silenciosa e persistente.
De um lado, o mercado explode em uma expansão meteórica, com projeções que apontam para uma economia global de bem-estar de $7 trilhões até 2025 e impressionantes $8,5 trilhões até 2027. Do outro, equipes de marketing e vendas se deparam com uma realidade desoladora: funis de marketing que transbordam de contatos, mas pipelines de vendas que permanecem perigosamente vazios.
Marcas de clínicas de estética, academias, spas e suplementos investem fortunas em tráfego pago, formulários de captura e automações complexas, apenas para assistir a uma conversão quase nula em oportunidades de negócio reais.
Na Focusnetworks, acompanhamos dezenas de marcas do setor de Wellness. E o que temos percebido é que, em média, apenas 3 de cada 10 conseguem transformar suas listas de leads em pipeline ativo.
Essa desconexão gritante não é um mero acaso, mas o sintoma de uma crise sistêmica na geração de demanda. Enquanto o consumidor demonstra um apetite sem precedentes por investir em saúde e bem-estar, a taxa de conversão média no Brasil desaba pelo terceiro ano consecutivo, atingindo um patamar alarmante de 2,98%. O problema não reside na falta de interesse, mas na saturação de estratégias que se tornaram obsoletas. O mesmo crescimento que atrai oportunidades também intensifica a concorrência, inflaciona os canais pagos e alimenta um ceticismo crescente no consumidor, que agora exige transparência e desconfia de promessas vazias.
Este cenário cria um campo de batalha onde apenas as estratégias mais inteligentes sobrevivem. Continuar a focar no volume de leads é como tentar encher um balde furado com mais água. A solução não está em fazer mais do mesmo, mas em fazer diferente. Este artigo mergulha nos dados e nas práticas de mercado para desvendar os principais motivos por trás dessa baixa conversão e apresentar um caminho claro para reverter o jogo, substituindo o volume pela estratégia e a captura de dados pela construção de relacionamentos.
A armadilha das métricas de vaidade: volume não é venda
Por muito tempo, o sucesso no marketing digital foi medido por uma métrica de vaidade: a quantidade de leads gerados. A lógica parecia infalível: quanto mais contatos no topo do funil, mais vendas sairiam na base. Contudo, essa abordagem se revelou uma armadilha perigosa, transformando a geração de leads em um exercício de colecionar "figurinhas de um álbum", sem uma estratégia clara de qualificação ou gestão. O resultado é um funil que engana: cheio de "curiosos", mas cronicamente vazio de pessoas genuinamente "prontas para comprar". O problema fundamental reside nas táticas de atração. Campanhas focadas em iscas digitais genéricas, como "aulas gratuitas de meditação", atraem um público em busca de gratuidade, não necessariamente de uma solução paga para um problema real e urgente.
A estratégia de usar "descontos" como principal chamariz é ainda mais corrosiva. Ela não apenas desvaloriza o serviço ou produto antes mesmo de o valor ser estabelecido, mas também atrai um perfil de cliente focado exclusivamente no preço, propenso a abandonar a marca na primeira oferta mais barata da concorrência. Essa desconexão entre a tática de atração e a intenção real do consumidor é a causa raiz de um indicador de falha alarmante: 70% dos leads gerados em campanhas do setor de Wellness não demonstram qualquer comportamento de intenção. Eles não abrem os e-mails de acompanhamento, não respondem às mensagens no WhatsApp e ignoram o remarketing. Não são leads "ruins", mas sim as pessoas certas, no momento errado da jornada, sendo abordadas com um processo totalmente inadequado.
Essa falha estratégica é amplificada pela falta de mensuração e otimização da jornada. Muitas empresas operam às cegas, celebrando o volume de leads sem saber onde, como ou por que os estão perdendo. O funil de vendas se torna uma caixa-preta. Sem dados claros sobre cada etapa, do clique no anúncio à resposta no WhatsApp, não há aprendizado. Por exemplo, o WhatsApp possui um potencial de engajamento imenso, com taxas de abertura que podem chegar a 98% e taxas de clique (CTR) que variam de 40% a 70%. Uma campanha que registra um CTR inferior a 1% e uma taxa de resposta no WhatsApp abaixo de 15% não está apenas performando mal; está sinalizando uma falha catastrófica na segmentação ou na oferta. Ferramentas como o Focusdeep da Focusnetworks trazem luz a essa escuridão, permitindo visualizar o desempenho em cada etapa e transformar a gestão de marketing de um jogo de adivinhação para uma ciência de otimização.
O abismo operacional: onde a jornada do cliente se quebra
Mesmo quando um lead qualificado entra no funil, ele frequentemente se perde em um abismo operacional: a gritante falta de alinhamento entre as equipes de marketing e vendas. Em muitos negócios de Wellness, o marketing celebra a geração de um novo contato, mas não existe um processo claro, rápido e eficiente para que esse lead seja abordado pelo time comercial. É nesse vácuo que as oportunidades mais quentes esfriam e morrem. As falhas são sintomáticas de uma desconexão profunda: CRMs desatualizados onde os dados se perdem; a falta de uma definição clara do que é um lead qualificado (MQL), gerando atrito entre as equipes; e a ausência de uma régua de nutrição para aquecer contatos que ainda não estão prontos para a compra.
De todas essas falhas, a mais crítica e custosa é o follow-up tardio. A velocidade da resposta não é um diferencial competitivo; é um pré-requisito para a sobrevivência. Estudos são categóricos ao demonstrar o impacto brutal do tempo de resposta. Pesquisas da InsideSales.com mostram que leads contatados nos primeiros 5 minutos têm 9 vezes mais chances de conversão. Um estudo da Harvard Business Review vai além, afirmando que a probabilidade de fechamento da venda pode ser até 21 vezes maior nesse mesmo intervalo de tempo. A realidade do mercado, no entanto, é desanimadora: um estudo da HubSpot revelou que o tempo médio de resposta das empresas é de 42 horas, com 23% dos leads nunca recebendo qualquer contato. Em um setor como o de Wellness, onde a decisão de compra é impulsionada por um pico de motivação, um atraso de horas — ou dias — é o equivalente a deixar o dinheiro na mesa.

O problema se agrava quando a automação é confundida com relacionamento. Na tentativa de escalar o contato, muitas marcas implementam fluxos de e-mail e mensagens de WhatsApp que são impessoais, genéricos e focados exclusivamente na venda. O resultado é um monólogo digital que afasta o consumidor. O lead sente que está falando com uma "máquina", não com uma marca que entende suas dores e aspirações. A estratégia ideal é construir uma "régua de valor", uma sequência de contatos projetada para educar e construir confiança. Para uma clínica de estética que capturou um lead com um e-book sobre mamoplastia , um fluxo eficaz incluiria vídeos do cirurgião, estudos de caso com depoimentos reais e convites para uma mini-consultoria gratuita. Essa abordagem transforma a automação em uma ferramenta para aprimorar o toque humano, preparando o terreno para uma conversa comercial muito mais produtiva.
Como as marcas vencedoras estão virando o jogo
Enquanto muitas empresas lutam com funis vazios, um grupo de marcas de Wellness está reescrevendo as regras e alcançando resultados extraordinários. Elas não encontraram uma fórmula mágica, mas sim implementaram uma estratégia integrada que combina autoridade, comunidade, segmentação avançada e dados. Essas marcas entenderam que a diferenciação não está no produto, mas na forma como fazem o consumidor se sentir: visto, compreendido e apoiado. Elas transformam seus especialistas em porta-vozes, utilizando Reels, Lives e Webinars para construir confiança e autoridade, educando o público em vez de apenas vender.
Marcas como a Gymshark se tornaram um fenômeno global ao focar na autenticidade e na construção de comunidade. Em vez de apenas promover produtos, elas criam um ecossistema em torno de jornadas de fitness reais, desafios e conteúdo motivacional, utilizando influenciadores para solidificar sua conexão com o público. No cenário nacional, a marca de alimentos saudáveis Plant Power demonstra maestria na segmentação, combinando influenciadores de grande alcance com nano-influenciadores locais para aumentar a conscientização da marca e direcionar a consideração de compra de forma cirúrgica.
Os cases mais impressionantes, no entanto, vêm de empresas que unificaram sua tecnologia e processos. A rede Xprime Academia, ao implementar um CRM robusto e um funil de vendas mais assertivo, viu a demanda crescer a ponto de precisar pausar suas campanhas de captação para conseguir atender a todos os novos clientes. De forma ainda mais espetacular, a Bluefit Academia em Curitiba alcançou um aumento de 771% no número de alunos em apenas 6 meses. O segredo? Uma estratégia coesa que combinou uma landing page otimizada com campanhas de tráfego pago altamente segmentadas e um trabalho contínuo de SEO. O fio condutor do sucesso dessas marcas é a convergência: elas enxergam marketing, vendas e tecnologia como partes de um único sistema integrado.
Caminho recomendado: do lead ao relacionamento
Reverter a taxa de conversão de 70% de leads desengajados não exige mais orçamento, mas sim mais inteligência e uma mudança fundamental de mentalidade. Para as marcas de Wellness que desejam prosperar em 2026, o foco deve migrar da geração de leads para a construção de relacionamentos duradouros. O primeiro passo é mapear a jornada completa do cliente, desenhando cada passo desde o primeiro clique até o pós-venda, para identificar os pontos de atrito e as oportunidades de entregar mais valor. Com esse mapa em mãos, é crucial revisar a régua de conteúdo, substituindo os fluxos de automação frios por uma nutrição que educa, informa e constrói autoridade através de vídeos, estudos de caso e depoimentos.
O passo seguinte é transformar a comunicação, especialmente no WhatsApp, em uma ferramenta consultiva e humana. A automação deve servir como o ponto de partida, mas uma pessoa real precisa assumir a conversa para responder a dúvidas complexas e criar uma conexão genuína. Isso exige treinar o time comercial para uma resposta rápida e personalizada, instituindo a "regra dos 5 minutos" como um padrão inegociável. Equipes ágeis, equipadas com as ferramentas certas, não apenas convertem mais, mas também demonstram ao lead que ele foi ouvido e valorizado desde o primeiro instante.
Finalmente, é imperativo mensurar o que realmente importa. Abandone a métrica de vaidade do volume de leads e comece a medir o sucesso pela taxa de evolução dos contatos no funil. Quantos leads se tornaram qualificados para marketing (MQLs)? Quantos agendaram uma avaliação? Quantas avaliações se converteram em clientes? É a progressão, e não a quantidade, que define um funil saudável e previsível. A mudança de um funil que vaza para um que converte é uma jornada estratégica. Começa com a decisão de parar de fazer mais do mesmo e começar a construir um sistema mais inteligente, focado em pessoas, não em números.
Quer entender como aumentar a taxa de conversão dos seus leads de Wellness? A Focusnetworks ajuda marcas a criarem jornadas inteligentes e previsíveis de geração de oportunidades.



